quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

TIPOS DE CALVÍCIE COM DR.DRAUZIO VARELLA



TIPOS DE CALVÍCIE
 Drauzio – Algumas pessoas perdem os cabelos por igual, na cabeça inteira; outras ficam com aquela tonsura de padre ou com entradas. Quais são os casos mais comuns?
Luiz Carlos Cuce - Eu diria que a velocidade da perda é diferente num e noutro caso. Alguns progridem para a calvície tão rapidamente que nem percebem por onde ela começou. Na verdade, o cabelo sempre começa a cair pelas entradas, porque isso é genético. Se você comparar pais e filhos homens, é claro, verá que as entradas são muito semelhantes e que a queda evolui atingindo o vértice do couro cabeludo e formando a carequinha de padre. Daí em diante, a rarefação se espalha e a calvície toma conta de toda a parte superior da cabeça, sobrando apenas o cabelo das áreas laterais. Por isso, é que se brinca que os paralamas sempre ficam, o que some é a capota.
Drauzio – Por que as áreas laterais resistem e a área central não?
Luiz Carlos Cuce – Isso acontece porque os fatores genéticos para a calvície não atuam nas áreas laterais da cabeça. Baseando-se nessa característica, os cirurgiões plásticos e dermatológicos fazem a cirurgia de implante. Retiram da parte posterior da cabeça faixas de cabelo, cortam os cabelos de modo a retirar-lhes os folículos pilosos e os implantam na área rarefeita do couro cabeludo. Esses cabelos, normalmente, não caem mais.
 CALVÍCIE NAS MULHERES
Drauzio – Tradicionalmente, os homens sempre perderam cabelo, mas com as mulheres raramente isso acontecia. Hoje é mais frequente encontrar mulheres com alopecia (calvície) ou simplesmente estamos mais atentos para o problema?
Luiz Carlos Cuce – De fato, os casos de alopecia feminina são mais frequentes atualmente. Atribuo essa maior incidência à tensão emocional a que estão expostas as mulheres no momento. Por mecanismos diversos, entre eles o hormonal, o aumento da oleosidade favorece a queda dos cabelos nas pessoas muito tensas e ansiosas. Enquanto as mulheres viveram mais tranquilas em casa, desobrigadas de assumir encargos de trabalho dentro e fora do lar, a tendência à alopecia era mais rara. Hoje, o papel que a mulher desempenha na sociedade tornou-a mais susceptível ao estresse e à ansiedade e perder cabelos virou realidade também para elas.
Outro fator que pesa é o padrão estético associado à mulher muito magra, um palito. Para atingir esse ideal, muitas fazem regimes por conta própria ou seguem as orientações de vizinhas, sem respeitar uma dieta balanceada prescrita por especialistas. Isso leva à carência nutritiva e à anemia que provocam enfraquecimento e queda dos cabelos. Além disso, as manipulações a que se submetem nos institutos de beleza também danificam os cabelos. O alisamento, especialmente o alisamento japonês que emprega calor, tração e substâncias químicas, provoca queda capilar. A escova quente, se feita todos os dias, também é prejudicial. Isso para não falar de outros produtos, como tinturas, fixadores, laquês e condicionadores. Às vezes, ocorrem verdadeiros contrassensos: as mulheres lavam os cabelos para retirar o excesso de gordura e em seguida passam uma substância oleosa para desembaraçá-los melhor.
Drauzio – Será isso uma guerra perdida já que faz parte do espírito feminino cuidar mais da aparência física?
 Luiz Carlos Cuce – Às vezes, consigo convencê-las a tomar algumas providências. O primeiro conselho é cortar os cabelos mais curtos, porque isso favorece o desembaraçamento e diminui a queda dos bulbos. Algumas mulheres saem do consultório chorando, rasgam a receita e jogam fora. Outras atendem o pedido, cortam os cabelos por uns tempos sabendo que depois poderão deixá-los crescer novamente.
Na verdade, o importante é evitar o fator traumático. Repare no que acontece com as bailarinas ou com as pessoas de pele escura que alisam os cabelos e os puxam para trás, num rabo-de-cavalo ou coque muito tracionado. Na margem do couro cabeludo, essas pessoas vão desenvolvendo áreas de alopecia.
USO DE BONÉS
Drauzio – E o uso de bonés apertados tem algum inconveniente?
Luiz Carlos Cuce - O melhor é evitar o uso do boné que abafa e esquenta a cabeça.  Quem o usa com frequência repete o erro das pessoas que lavam o cabelo para tirar a oleosidade e depois passam secador quente, o que faz a gordura reaparecer. Quanto menos calor, melhor para os cabelos oleosos.
Infelizmente, tornou-se um hábito da juventude atual usar boné, o que é prejudicial tanto no sentido da tração do couro cabeludo quanto no da produção de calor o que prejudica os tecidos dessa região.
ALOPECIA AREATA
Drauzio – Você poderia explicar sumariamente as causas da alopecia areata, ou seja, dessas áreas de perda localizada de cabelo ou de episódios de queda total dos cabelos?
Luiz Carlos Cuce – Durante muito tempo, considerava-se que infecções eram a causa da alopecia areata. Hoje, está estabelecido que ela é um problema autoimune e resulta da tensão emocional. Nosso sistema nervoso comanda todas as reações de nosso organismo. A literatura registra casos típicos de crianças cujos pais se separaram e que desenvolveram casos muito graves dessa patologia.
A alopecia areata pode manifestar-se em múltiplas regiões da cabeça. Desde que não apareça na linha própria do implante, é possível recuperar a zona afetada. Caso contrário, fica difícil resolver a situação.
O tratamento é à base de corticoides de uso tópico, psicoterapia, um pouco de rubefacientes locais, isto é, substâncias que excitam a circulação local, deixam a pele vermelha. Pode-se atritar a região química ou fisicamente com gelo seco ou borrifar nitrogênio líquido. Qualquer medida que ajude a aumentar a irrigação nessa área da cabeça é bem indicada.


fonte: http://drauziovarella.com.br/letras/c/calvicie-2/

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